Como todos os anos desde há uns quantos anos, em qualquer rua de qualquer pais estrangeiro, um jovem alaricano está de aniversário. Sentado na mesa da cozinha abre o Whatsapp com medo pois sabe que cada ano são mais as pessoas que se esquecem de felicitá-lo. “Desde que vim para o estrangeiro é como se não existisse”. Desaparecer dos planos, das conversas e, em definitiva, da memória de seus entes queridos, produzia-lhe verdadeiro pavor. Então lembrou-se duma publicação que vira no Facebook sobre um concurso de contos em Alhariz. Um dos prémios deste concurso era publicar o texto nos marca páginas e postais duma conhecida livraria da vila. “Se um conto meu aparecer nos marca páginas e postais dessa livraria, ninguém poderá esquecer-se de mim” pensou ele. Nesse mesmo instante, deixou o telemóvel na mesa e começou a escrever um conto sobre um alaricano que tinha medo de ser esquecido.